Dólares para os médicos
A ProPublica analisou mais de 56 milhões de pagamentos feitos pela indústria farmacêutica a médicos dos EUA entre 2014 e 2018, e descobriu 700 profissionais que receberam individualmente mais de US$ 1 milhão. Nesse período, foram cerca de 2,5 mil médicos os que ganharam mais de US$ 500 mil – e esses pagamentos não incluem dinheiro para pesquisa ou royalties por patentes. Os repórteres bolaram até uma página com vários rankings, como o das empresas que mais gastaram e o dos médicos que mais receberam.
Não é a primeira vez que o site faz tal análise. Em 2013, com dados recolhidos nos quatro anteriores, esse tipo de relação já havia sido denunciada. Mas piorou: na época, havia sido encontrado um médico que recebeu US$ 1 milhão em palestras e consultorias, e outros 21 que haviam embolsado mais de US$ 500 mil. Nos últimos anos, vários pesquisadores vêm estudando como os altos pagamentos se ligam com os tratamentos prescritos pelos profissionais, e alguns previram que essa exposição poderia levar empresas a repensar o repasse de dinheiro. Obviamente, não foi o que aconteceu. Empresas de medicamentos e dispositivos médicos gastam, em média, US$ 2,2 bilhões por ano em palestras pagas, consultorias, refeições, viagens e brindes para médicos.
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